Seljuk: A Ascensão e Queda de um Império Turco-Persa
O Império Seljúcida foi um dos estados mais poderosos e influentes do mundo islâmico medieval. Estendia-se da Anatólia à Ásia Central, do Levante ao Golfo Pérsico e do século XI ao XIII. Foi fundada por um ramo dos turcos Oghuz que se converteram ao Islã e se aliaram ao Califado Abássida. Ele desafiou o Império Bizantino na Anatólia, defendeu o Islã contra os cruzados na Síria, apoiou a ortodoxia sunita contra o xiismo, patrocinou a cultura e a literatura persa e promoveu uma civilização notável que deixou um legado duradouro na arte, arquitetura, educação e direito. No entanto, também enfrentou divisões internas, invasões externas e fragmentação política que levaram ao seu eventual desaparecimento. Neste artigo, exploraremos a história, cultura, sociedade, conquistas, declínio e legado do Império Seljúcida.
Introdução
Quem eram os seljúcidas e de onde eles vieram? Quais foram suas principais conquistas e contribuições para a civilização islâmica? Quais foram as causas e consequências de seu declínio e colapso? Estas são algumas das perguntas que tentaremos responder neste artigo. Mas primeiro, vamos definir o que queremos dizer com Império Seljúcida.
seljuk
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O termo Seljuk refere-se a uma dinastia de governantes que pertenciam a um ramo dos turcos Oghuz chamado Qïnïq. Eles traçaram sua ascendência a um chefe chamado Seljuk, que viveu no século 10 perto do Mar de Aral. O nome Seljuk também se aplica a seus seguidores, que eram em sua maioria membros de tribos nômades ou semi-nômades que falavam línguas turcomanas oghuz. O termo Império Seljuk, no entanto, é uma convenção moderna que engloba várias entidades políticas que foram governadas por diferentes membros da família Seljuk ou seus descendentes. Essas entidades incluem:
O Grande Império Seljúcida (10371194), que cobriu a maior parte do Irã, Iraque, Síria, Azerbaijão, Armênia, Turcomenistão, Uzbequistão, Afeganistão, partes do Paquistão, Tadjiquistão, Quirguistão, Cazaquistão, Geórgia, Anatólia e Palestina.
O Sultanato de Rum (10771308), que foi um estado independente na Anatólia que surgiu após a Batalha de Manzikert (1071) e contestou o Império Bizantino.
O Sultanato de Kerman (10411186), que era um estado semi-autônomo no sudeste do Irã, governado por um ramo cadete da dinastia Seljuk.
Outros estados ou principados menores que foram fundados por governadores ou generais seljúcidas em várias regiões, como Síria, Iraque, Azerbaijão, Armênia, Anatólia, Afeganistão, Turquemenistão, etc.
Neste artigo, vamos nos concentrar principalmente no Grande Império Seljúcida, pois foi o mais proeminente e influente entre esses estados. Também mencionaremos brevemente alguns aspectos dos outros estados seljúcidas, quando relevantes.
As Origens e Expansão do Império SeljúcidaAs Origens e Expansão do Império Seljúcida
The Seljuk Empire was founded by Tughril Beg, a grandson of Seljuk, who united the various Oghuz tribes under his leadership and established his capital at Nishapur in northeastern Iran in 1037. He was recognized as the sultan (ruler) by the Abbasid caliph al-Qa'im in 1055, after he entered Baghdad and expelled the Shi'ite Buyid dynasty that had dominated the caliphate for over a century. Tughril Beg tornou-se assim o protetor e aliado do califado abássida sunita, o que lhe concedeu legitimidade e prestígio entre o mundo muçulmano.
O sucessor de Tughril Beg, Alp Arslan (10631072), expandiu o Império Seljúcida ao máximo. Ele conquistou a Armênia, a Geórgia, o Azerbaijão e partes da Anatólia do Império Bizantino, que derrotou decisivamente na Batalha de Manzikert em 1071.Ele também anexou Khwarezm (atual Uzbequistão e Turcomenistão) e Khorasan (nordeste do Irã e norte do Afeganistão) do Império Ghaznavid, que ele derrotou na Batalha de Dandanaqan em 1040. Ele também enfrentou o califado fatímida, um estado xiita rival que controlava o Egito, a Síria e a Palestina, e lutou contra eles em várias batalhas. Alp Arslan era conhecido por sua coragem, generosidade, justiça e tolerância. Ele também era um patrono da cultura e do aprendizado e apoiou muitos estudiosos e poetas em sua corte.
O filho de Alp Arslan, Malik Shah (10721092), continuou as políticas e realizações de seu pai. Ele consolidou o Império Seljúcida e manteve a paz e a estabilidade dentro de suas fronteiras. Ele reformou a administração, a tributação, a cunhagem e a lei do império e nomeou um famoso vizir (primeiro-ministro) persa, Nizam al-Mulk, que também era um renomado estudioso e estadista. Ele também promoveu o desenvolvimento da ciência, filosofia, teologia, literatura e arte em seu reino e fundou muitas madrasahs (faculdades islâmicas) que atraíram estudantes de todo o mundo muçulmano. Ele também apoiou o observatório astronômico em Isfahan, onde Omar Khayyam, um famoso poeta e matemático persa, trabalhou na reforma do calendário. Malik Shah também patrocinou a construção de muitas mesquitas, caravanserais (pousadas à beira da estrada), pontes, canais e hospitais em todo o seu império.
A Cultura e a Sociedade do Império Seljúcida
O Império Seljuk foi um exemplo notável de uma síntese turco-persa, onde elementos turcos e persas se misturaram harmoniosamente em vários aspectos da cultura e da sociedade. Os seljúcidas eram originalmente turcos nômades que adotaram o Islã e a cultura persa quando se estabeleceram no Irã e no Iraque. Eles falavam as línguas turcas Oghuz como língua materna, mas também aprenderam o persa como língua administrativa, literária e diplomática.Eles respeitavam a herança e as tradições persas e empregavam muitos oficiais, estudiosos, poetas, artistas e artesãos persas em suas cortes. Eles também patrocinaram escolas de pensamento persas, como o asharismo (uma escola teológica sunita) e o sufismo (um ramo místico do Islã).
Os seljúcidas também foram fundamentais para reviver o islamismo sunita nas regiões que haviam sido dominadas pelo xiismo ou pela heterodoxia por muito tempo. Eles apoiaram o califado abássida como símbolo da autoridade e unidade sunita, e o defenderam contra seus inimigos, como os fatímidas, os buyidas, os carmatas e os ismaelitas. Eles também estabeleceram madrasahs (faculdades islâmicas) que ensinavam jurisprudência sunita (fiqh), teologia (kalam), hadith (tradições de Maomé), exegese corânica (tafsir), lógica (mantiq), filosofia (falsafa) e outras ciências. A madrassa mais famosa foi a Nizamiyya em Bagdá, fundada por Nizam al-Mulk em 1065. Ela contou com a presença de muitos estudiosos eminentes, como al-Ghazali (um renomado teólogo e filósofo), al-Juwayni (um importante jurista), al-Bayhaqi (um proeminente historiador) e al-Mawardi (um distinto cientista político).
Os seljúcidas também eram conhecidos por suas realizações arquitetônicas e artísticas que refletiam sua diversidade cultural e criatividade. Eles construíram muitas mesquitas que combinavam os estilos turco e persa, como a Masjid-i Jami' (Mesquita de sexta-feira) em Isfahan e a Masjid-i Jami' (Mesquita de sexta-feira) em Nain. Eles também construíram muitos caravanserais (pousadas à beira da estrada) que facilitaram o comércio e as viagens ao longo da Rota da Seda, como o Ribat-i Sharaf em Khorasan. Eles também desenvolveram um estilo distinto de cerâmica que apresentava motivos geométricos e florais, caligrafia e esmalte brilhante, como a cerâmica Kashan. Eles também se destacaram em trabalhos em metal, madeira, couro e produção têxtil, e criaram muitos objetos bonitos, como castiçais, tigelas, baús, cintos e tapetes.
O Declínio e Desintegração do Império Seljúcida
O Império Seljúcida atingiu seu auge sob Malik Shah, mas após sua morte em 1092, começou a declinar e se desintegrar. As principais razões para isso foram:
As disputas de sucessão e as guerras civis entre os príncipes seljúcidas, que lutavam por poder e território. O império foi dividido em vários estados rivais que competiram entre si e enfraqueceram a autoridade central.
As ameaças externas dos cruzados, mongóis e khwarazmianos, que invadiram e conquistaram partes das terras seljúcidas. Os cruzados lançaram a Primeira Cruzada em 1096 e capturaram Jerusalém em 1099, estabelecendo vários estados cruzados na Síria e na Palestina. Os mongóis invadiram o Irã e o Iraque no século 13 e destruíram o califado abássida em 1258, acabando com o protetorado seljúcida. Os Khwarazmians eram uma dinastia turca que subiu ao poder na Ásia Central e desafiou os Seljuks pela supremacia. Eles derrotaram os seljúcidas na Batalha de Parwan em 1192 e capturaram sua capital, Isfahan.
O surgimento de estados sucessores e o legado dos seljúcidas. Apesar de seu declínio e colapso, os seljúcidas deixaram um legado duradouro nas regiões que governaram. Muitos de seus governadores ou generais estabeleceram seus próprios estados ou principados independentes que continuaram as tradições e a cultura seljúcida. Alguns desses estados foram:
EstadoFundadorCapitalRegião
sultanato de rumSuleyman ibn QutulmishKonyaAnatólia
Dinastia ZengidImad ad-Din ZengiMossulNorte do Iraque e Síria
Dinastia AiúbidaSaladinoCairoEgito, Síria, Palestina
Dinastia ArtuquidaArtuq ibn EksebMardinSudeste da Anatólia
Dinastia BuridToghtekinDamascoSul da Síria
dinastia KhwarezmianAnushtegin GharchaiGurganj (Urgench)Ásia Central e Irã
império OtomanoErtugrul GhaziSogutNoroeste da Anatólia
Império SafávidaSheikh Safi al-Din ArdabilitabrizIrã e Azerbaijão
sultanato mamelucoAybakCairoEgito e Síria
Esses estados continuaram o legado seljúcida de maneiras diferentes, e alguns deles se tornaram impérios poderosos e influentes por direito próprio, como o Império Otomano e o Império Safávida, que moldaram a história do Oriente Médio e além nos séculos seguintes.
Conclusão
O Império Seljuk foi um fenômeno notável na história do mundo islâmico. Foi fundada por uma tribo nômade turca que se converteu ao Islã e adotou a cultura persa. Tornou-se um dos estados mais poderosos e influentes da era medieval e contribuiu para o renascimento do islamismo sunita, o patrocínio da cultura persa e o desenvolvimento de uma rica civilização. Também enfrentou muitos desafios e dificuldades, como conflitos internos, invasões externas e fragmentação política, que levaram ao seu declínio e colapso. No entanto, deixou um legado duradouro que influenciou muitos estados e regiões sucessores. O Império Seljúcida foi uma síntese turco-persa que enriqueceu o mundo islâmico e o mundo em geral.
perguntas frequentes
Aqui estão algumas perguntas frequentes sobre o Império Seljúcida:
Quando e onde foi fundado o Império Seljúcida?
O Império Seljuk foi fundado em 1037 por Tughril Beg, neto de Seljuk, que uniu os turcos Oghuz sob sua liderança e estabeleceu sua capital em Nishapur, no nordeste do Irã.
Qual era a relação entre os seljúcidas e os abássidas?
Os seljúcidas eram aliados e protetores do califado abássida, o que lhes dava legitimidade e prestígio como sultões (governantes) do mundo muçulmano. Os seljúcidas também apoiaram o califado abássida contra seus inimigos, como os xiitas buyidas, fatímidas, carmatas e ismaelitas.
Qual foi o significado da Batalha de Manzikert?
A Batalha de Manzikert foi travada em 1071 entre os seljúcidas e os bizantinos no leste da Anatólia. Os seljúcidas obtiveram uma vitória decisiva que abriu a Anatólia para o assentamento e colonização turcos.Também marcou o início do declínio do Império Bizantino e a ascensão do Sultanato de Rum na Anatólia.
Quem foram algumas das figuras famosas do Império Seljúcida?
Algumas das figuras famosas do Império Seljúcida foram:
Tughril Beg, Alp Arslan e Malik Shah, que foram os sultões mais proeminentes do império.
Nizam al-Mulk, que era um vizir persa (primeiro-ministro) que reformou a administração, a lei e a educação do império.
Al-Ghazali, que foi um renomado teólogo e filósofo que reconciliou o sufismo com a ortodoxia sunita.
Omar Khayyam, um famoso poeta e matemático que trabalhou na reforma do calendário.
Rumi, que foi um célebre poeta e místico que fundou a ordem Mevlevi de dervixes rodopiantes.
Qual foi o impacto do Império Seljuk no mundo islâmico e além?
O Império Seljuk teve um impacto profundo no mundo islâmico e além de várias maneiras, como:
Ele reviveu o islamismo sunita e apoiou o califado abássida como símbolo da unidade e autoridade muçulmana.
Patrocinou a cultura e a literatura persas e promoveu uma síntese turco-persa que enriqueceu a civilização islâmica.
Desenvolveu uma civilização notável que se destacou em ciência, filosofia, teologia, arte, arquitetura, educação e direito.
Abriu a Anatólia para o assentamento e colonização turca e abriu o caminho para o surgimento do Império Otomano.
Ele desafiou o Império Bizantino e defendeu o Islã contra os cruzados na Síria e na Palestina.
Influenciou muitos estados e regiões sucessores que continuaram seu legado e tradições.
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